quarta-feira, 27 de novembro de 2013

VISÃO MÍOPE DE MERCADO NOS FAZ PERDER OPORTUNIDADES EM TI

Uma certa teimosia pessoal leva-me a insistir nesse tema: estamos olhando, com atenção e interesses comerciais, os fenômenos vividos pelas nações do mundo na esfera  da economia de consumo e de investimentos?  Falei há pouco tempo sobre a maciça urbanização esperada nos próximos vinte anos nas populações,principalmente na China, entre outros países asiáticos,  e sobre o que poderá, em consequência, provocar na demanda de novos serviços e produtos.

Claro que não estou chamando a atenção para impactos das crises econômicas da Grécia, da Espanha, da Turquia ou de Portugal, e outras melhor conhecidas entre nós pelos noticiários. A pergunta que quero levantar é: se existem alterações tão grandes no tabuleiro planetário das economias, onde estarão nos próximos anos cinco anos as melhores oportunidades de negócios para as nossas empresas de TI?

Podemos e devemos antecipar visões a respeito, ou continuaremos na mesma toada, que já me cansei de ouvir:  
- Vamos exportar software e serviços de TI  prioritariamente para as nações vizinhas,  para os EUA e eventualmente para a Europa?

Esse têm sido o teor dos discursos que ouço por aqui, quando o assunto TI (software e serviços) é focado.

Percebo em todas as conversas uma certa acomodação na busca de novos negócios. Nosso Português é língua muito próxima do Espanhol (a terceira mais falada no mundo), o que facilita as conversas nos países vizinhos.  Outros há que imaginam que os cursos de Inglês que fizeram por aqui são suficientes para entenderem e serem entendidos pelos interlocutores dos EUA.  Mesmo que “macarrônico”, nosso domínio da língua inglesa  é considerado, por muitos que conheço,  ingrediente suficiente para iniciar os negócios. E assim vamos nós, nesse velho processo brasileiro de “trying-and-error” em busca de negócios fora de nossas fronteiras.

Para resumir tudo, vamos pelo caminho supostamente mais fácil - nossa zona de conforto. Assim, a proximidade  geo-linguística  é sempre invocada na tomada de decisão. Poderemos até chegar a Portugal e Espanha.

Minha reflexão, porém, é crítica a essa postura que frequentemente vejo. Acho que, a permanecer nesse confortável percurso, não vamos atingir  as Metas do Plano TI MAIOR, colocadas pelo poder público para 2022 (nos 200 anos de nossa independência):

* Sermos o quinto mercado mundial de TI;
* O PIB da TI no Brasil, saltará para algo entre 105 e 200 bilhões de US dólares;
* As exportações de software e serviços de TI serão de US$20 bilhões.

Estamos acostumados a discutir esses números e essas prioridades, quase sempre olhando para dentro de nós mesmos, reverberando nossas dificuldades e fraquezas e pouco meditando sobre estratégias de conquistas de espaços internacionais. E, quando olhando para fora, procuramos  o mercado consumidor dos nossos produtos e serviços naqueles mercados acima citados –  os de sempre.

Que tal olhar um pouco mais para fora de nós?

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